O que é fístula arteriovenosa e quais os cuidados necessários com ela? 

Durante a hemodiálise, o sangue do paciente é direcionado para uma máquina onde passa pelo processo de filtragem. Esse acesso ao sangue pode ser feito por meio de um cateter ou de uma fístula arteriovenosa (FAV).  Mas afinal, o que é a fístula e por que é tão importante?  Quais os cuidados devemos ter? É o que vamos explicar hoje neste artigo!  

O que é uma fístula arteriovenosa? 

A fístula é feita através de uma pequena cirurgia e com anestesia local, que une uma veia e uma artéria do braço, isso gera um aumento do fluxo de sangue nessa veia, com a intenção de tornar a veia mais grossa e resistente, para que as punções com as agulhas de hemodiálise possam ocorrer sem complicações, ou seja, sem que a veia“estoure”. 

De maneira simples e direta, as fístulas são como conexões diretas entre dois tipos de tubos no nosso sistema circulatório, conhecidos como o sistema arterial e o sistema venoso. Enquanto as veias possuem uma velocidade mais lenta para o fluxo sanguíneo devido às suas características naturais, as artérias têm a habilidade de captar sangue rapidamente, embora sejam anatomicamente mais profundas que as veias e sensíveis a punções. 

Embora os sistemas arterial e venoso não se conectem diretamente, eles desempenham papéis complementares. O sistema arterial transporta o sangue rico em oxigênio rapidamente pelo corpo com alta pressão e velocidade. Já o sistema venoso é responsável por devolver o sangue com menos pressão e velocidade de volta ao coração, onde será bombeado novamente para órgãos e tecidos. 

A fístula arteriovenosa (FAV) pode ser criada usando as próprias veias e artérias da pessoa ou materiais sintéticos. Isso resulta em uma estrutura com excelente velocidade de fluxo sanguíneo, maior resistência a punções repetidas e um risco reduzido de infecções. 

Que condições são necessárias para que a fístula seja feita? 

O ideal é que a fístula seja feita de preferência 2 a 3 meses antes de se começar a fazer hemodiálise. Para realizar uma hemodiálise de bom padrão é necessário uma fístula arteriovenosa com bom fluxo de sangue. Tendo essas condições, o paciente poderá realizar hemodiálise por muitos anos. 

Quais os cuidados é preciso ter com a fístola? 

Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia, O cuidado diário deve estar voltado para não traumatizar o local onde ela está posicionada, já que é possível formar hematomas e comprimir a circulação, fazendo com que a fístula pare de funcionar. Dentre outros cuidados orientados aos pacientes, destacam-se:  
 
Manter o acesso venoso limpo para evitar infecções; 

  • Evitar o uso do braço da fístula para verificação da pressão arterial ou para coleta de sangue; 
  • Evitar dormir sobre o braço da fístula 
  • higienizar adequadamente o braço ao chegar no local da sessão e manter o curativo após a sessão de hemodiálise no tempo orientado pela equipe de enfermagem. ⠀ 
  • Evite pancadas ou pressões no local da fístula para prevenir hematomas que podem prejudicar o fluxo sanguíneo. 
  • Mantenha o local da fístula limpo para evitar infecções. 

A importância nutricional não fica de fora 

É crucial mencionar cuidados relacionados à nutrição, mesmo que não estejam diretamente ligados à fístula. Isso ocorre porque, em casos de doença como a diabetes mellitus (DM), é comum a perda de acesso via fístula devido à descompensação dos níveis de glicose. A DM é, de fato, a doença crônica mais prevalente em pacientes com insuficiência renal, seguida da hipertensão arterial sistêmica (HAS). 

Quando ocorre um descontrole no quadro de diabetes ou mesmo da hipertensão, os vasos sanguíneos, incluindo as fístulas arteriovenosas, podem ser afetados, o que impacta diretamente na continuidade do tratamento. Nestes cenários, o paciente pode precisar de uma nova cirurgia para criar outra fístula. Dependendo da disponibilidade de acessos e do estado de saúde geral do paciente, ao uso de cateter pode ser a única opção até que uma nova fístula seja possível. 

Além disso, é importante considerar que pacientes diabéticos, por exemplo, enfrentam desafios adicionais relacionados ao processo de cicatrização. Uma fístula ineficaz pode evoluir para uma ferida que requer cuidados especializados da equipe de enfermagem, bem como do médico vascular, para promover o fechamento dessa lesão. Em alguns casos, a terapia hiperbárica pode ser uma opção. É vital monitorar de perto a saúde dos pacientes com insuficiência renal, especialmente aqueles com condições médicas subjacentes, para evitar complicações e garantir a continuidade do tratamento adequado. 

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